Publicado: 06/04/2023 às 16:04
Por: COMUNICAÇÃO CBTP | Categoria: NOTÍCIAS CBTP

CBTP participa de reunião do Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça.

Nesta quarta-feira, dia 05 de Abril, entre 14h e 18h, a Confederação Brasileira de Tiro Prático – CBTP participou por meio de vídeo conferência da reunião do Grupo de Trabalho do Governo Federal.

O encontro foi formado por 23 participantes convidados, entre eles representando a Confederação o atleta Brasileiro, Promotor de Justiça e escritor, Luciano Anechini Lara Leite. E como foco principal da conferência, foi apresentado as instituições que juntos irão contribuir para a criação da nova regulamentação da Lei de Armas no Brasil.

Entre todos os presentes tivemos participação do deputado Federal e membro titular do GT, o senhor Marcos Pollon (PL), indicado pela comissão de Segurança Pública para ser o representante da Câmara no GT. Pollon, expressou o enorme desafio que terá em tentar levar o entendimento da complexidade do controle de armas e o desafio da compreensão da realidade do seguimento esportivo que precisa de muitas munições. E ele aproveitou para ressaltar a importância da participação do senhor Luciano Lara, que esteve presente representando os interesses de nosso esporte.

Luciano aproveitou para falar sobre a história da CBTP nesse mais de 30 anos de atividade, representando mais de 16 mil atletas Confederados e Federados, mais de uma dezena de modalidades desportivas em especial o IPSC, com mais de 600 Clubes Confederados e com atividades desempenhadas em mais de 100 países.

O Tiro Prático é composto por atletas que representam o Brasil pelo mundo, e teve a maior delegação no mundial de Pattaya (Tailândia) do ano passado, trazendo medalhas em diversas categorias.

Entre os pontos apresentados ao Grupo de Trabalho, lembramos que o nosso esporte foi duramente afetado nesses primeiros meses de vigência do decreto 11.366, uma vez que foi o alvo direto, atingido em especial com a limitação de munições para apenas 600 e com restrição à recarga dessas munições.

Além disso, dada a quase total suspensão das atividades do EB em razão das lacunas criadas e dificuldade de interpretação da já difícil regulamentação existente, baseada em 4 decretos com diversas alterações, registrou que se criou verdadeiro caos jurídico e reflexos drásticos ao setor como paralisação e afetação de quase 95% das atividades.

Lembrou que hoje, para um atleta disputar o Campeonato Brasileiro em apenas uma modalidade com treinamento básico e participação apenas das provas necessárias para ranking, sem fechar o calendário de provas, precisaria de cerca de 16 mil munições por ano.

Com isso o limite atual de 600 munições/ano não atenderia um mês de treinamento desse atleta, isso sem esquecer que os atletas de alta performance, líderes dos rankings de suas categorias, que chegam a efetuar mais de mil disparos por semana.

A soma da suspensão de comercialização desses insumos e da atividade de recarga inviabiliza por completo as atividades desportivas, uma vez que é pela recarga que o atleta consegue obter melhor equilíbrio entre a munição produzida, o armamento utilizado e a especificidade do atleta.

A recarga representa não só a redução de custos do treinamento e competição, mas a correta adequação da munição às regras da categoria, o que a munição original hoje não atende minimamente.

Além disso, registrou que é do esporte a inclusão de novos atletas do que a suspensão de novos C.R. seja de clubes para serem buscados pelos interessados, seja pela restrição a que as pessoas tenham contato com as modalidades, acabara estrangulando o esporte por completo.

O atleta também ressaltou a importância dos Clubes, Federações e da Confederação em seu grande papel e responsabilidade na fiscalização, colaborando com o exército na regularidade dos atletas, seus equipamentos, e podemos contribuir com ideias e iniciativas para reforçar a já enorme burocracia que permeia as atividades com questões pontuais, mas potencialmente eficientes no controle de acesso ao sistema Sigma.

Ao finalizar a participação da CBTP nesta importante reunião, nosso atleta Luciano destacou que não é das armas dos atletas que a criminalidade se alimenta, não é dos equipamentos dos federados e confederados que o crime organizado tem interesse.

As armas de competição não são adequadas à criminalidade já que o crime organizado utiliza-se de armas automáticas, as quais nunca foram acessíveis ao cidadão comum, muito menos ao atirador desportivo.

De mesma forma as munições recarregadas pelo atirador não podem ser comercializadas, e sequer são do interesse da criminalidade uma vez que não suportam a cadência automática de disparos, não havendo crimpagem da espoleta compatível com o regime de rajada que o crime utiliza, não se prestando à combate ou à defesa.

E destacou ainda que nada justifica a paralisação a que estão sujeitos os campeonatos nacionais em razão da suspensão gerada pelo atual decreto, o que, mesmo que temporário até a conclusão dos trabalhos do grupo, uma vez que a acuidade e repetições necessários ao esporte estão sendo duramente afetados, além do que o condicionamento do atleta está sendo prejudicado na medida em que ele não sabe sequer se poderá competir ou treinar com as limitações impostas.

A CBTP se colocou a disposição para integrar o GT ou contribuir com quaisquer questionamentos e requerimentos possam ser feitos, e durante a reunião ainda pode sanar dúvidas e questionamentos levantados pelos membros titulares do Grupo sobre recarga, fiscalização em etapas dos campeonatos e registros de consumo de insumos, aclarando mais sobre o tema aos participantes.

 

 

CBTP – Uma confederação voltada para o atleta. 

Compartilhe:
Este site utiliza cookies. Ao navegar no site estará a consentir a sua utilização. Saiba mais sobre o uso de cookies.